*José Manoel Ferreira Gonçalves
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Afinal, após cinco longos meses de espera, a ciclofaixa da Vila Mariana, que percorre as ruas Calixto da Mota, Dionísio da Costa, Rodrigo Vieira e a Praça Monteiro dos Santos, foi finalmente sinalizada. Contudo, os erros na largura e pintura, além da redução de sua extensão, acenderam o sinal vermelho na comunidade ciclística. Este caso não é apenas sobre uma faixa pintada de maneira errada; ele destila uma questão mais profunda sobre a segurança e o respeito aos ciclistas na gestão urbana.
Erros na sinalização: Riscos e repercussões
No coração deste imbróglio está a inesperada reconfiguração da ciclofaixa, que agora se apresenta mais estreita do que antes. Se a intenção era melhorar, então por que a realidade se mostra tão diferente? A resposta, aparentemente, está no descuido com que a intervenção foi executada. Este episódio reflete mais do que uma falha pontual; ele é emblemático de uma gestão que parece oscilar na balança da eficiência e da segurança dos cidadãos.
Reação da comunidade e a voz de Falzoni
Certamente, a comunidade ciclística, representada por vozes como a da jornalista Renata Falzoni, atropelada em dezembro no local onde a ciclofaixa deveria estar, não permaneceu em silêncio. Se por um lado, a reinstalação da ciclofaixa foi um alívio, por outro, as falhas na execução transformaram a expectativa em frustração. Falzoni, com sua experiência e influência, tornou-se um símbolo da luta por uma mobilidade urbana mais segura e inclusiva.
Questionamentos à gestão municipal
Por esse motivo, surge a interrogação: é esse o programa de reforma de ciclofaixas sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes? A crítica não se restringe ao atraso na entrega, mas se estende à qualidade e às dimensões das obras realizadas. Este cenário deixa os ciclistas não só em um estado de vigilância constante, mas também questionando se a cidade realmente caminha para ser mais amigável às bicicletas.
Aguardando respostas oficiais
Nesse caso, aguarda-se ansiosamente o posicionamento da Secretaria Municipal de Subprefeituras e da CET São Paulo. Suas respostas são cruciais não apenas para esclarecer os erros na sinalização da ciclofaixa, mas também para lançar luz sobre o destino das 27 estruturas cicloviárias removidas devido a obras. A comunidade deseja entender, além do plano imediato de correção, quais são as estratégias de longo prazo para garantir que o ciclismo seja tratado com a seriedade que merece.
Em última análise
Em última análise, a sinalização errada da ciclofaixa na Vila Mariana é um sintoma de problemas mais amplos na gestão da mobilidade urbana. Este incidente deve ser visto como um ponto de inflexão para rever e melhorar as políticas públicas relacionadas ao ciclismo, garantindo assim que os erros de hoje não se repitam amanhã. A cidade precisa, com urgência, de medidas que priorizem a segurança e o bem-estar dos ciclistas.
*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, cientista político, engenheiro, escritor e advogado. Pré-candidato a Prefeito do Guarujá pelo PSOL. É presidente da Associação Guarujá Viva, AGUAVIVA, e da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, Ferrofrente. Idealizador do Portal SOS PLANETA.
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