Devido a gravidade da emergência climática que vivemos no Brasil e no mundo, qualquer redução nas emissões importa, e muito. O uso do trem no transporte de carga reduz a até um sexto as emissões de gases que destroem a camada de ozônio, elevando a temperatura média global. Neste sentido, é alvissareira a notícia que nos trouxe Bárbara Farias em A Tribuna. O que se segue é baseado nas informações que ela publicou neste veículo ontem, 3/10/23.

A Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), sob a administração conjunta das companhias Rumo, MRS e VLI, iniciou suas operações oficiais na Margem Direita do complexo portuário santista. O plano de investimento para o setor ferroviário nos próximos cinco anos é estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão. A apresentação detalhada das futuras obras de infraestrutura está prevista para o final deste mês e será submetida à Autoridade Portuária de Santos (APS).

Contexto Contratual e Transição Operacional

O acordo para a cessão da Fips foi celebrado em 16 de dezembro do ano passado com o então Ministério da Infraestrutura. O contrato, válido por 35 anos e prorrogável por igual período, visa a gestão, operação, manutenção e expansão da malha ferroviária interna do Porto de Santos. O período de transição operacional entre a Portofer e as novas administradoras se estendeu de junho a setembro deste ano.

Investimentos e Expansão

O montante de R$ 1 bilhão será aplicado ao longo de cinco anos, a partir da aprovação dos projetos pela APS, com o intuito de elevar a capacidade atual de 51 milhões de toneladas anuais para 115 milhões. O plano contempla 13 empreendimentos, incluindo a estrutura ferroviária da Margem Direita.

Intervenções Planejadas

João Almeida, presidente da Fips, assegurou que as intervenções previstas e futuras elevarão a capacidade de transporte em 65 milhões de toneladas ao longo de cinco a dez anos. Entre os projetos, destacam-se a construção de viadutos para eliminar passagens em nível, passarelas para pedestres e um pátio ferroviário específico para atendimento aos terminais de celulose.

Eficiência Operacional

Segundo Almeida, a colaboração entre as três principais empresas do transporte ferroviário agrícola brasileiro representa um avanço histórico. “A operação será gerida por um único Centro de Controle Operacional, o que nos confere maior agilidade, eficiência e transparência”, afirmou.

Cronograma e Prioridades

O presidente da Fips informou que as projeções de datas para as obras serão apresentadas à APS até o final de outubro. “Nossa prioridade é focar em obras que adicionem valor imediato à operação e à segurança das pessoas”, disse Almeida.

Complexidades e Responsabilidades

Sobre a pera ferroviária, uma obra de alta complexidade, Almeida ressaltou a necessidade de responsabilidade no início das construções, de forma a não afetar negativamente as operações atuais.

Impacto na Logística Nacional

Anderson Pomini, presidente da APS, afirmou que a Fips trará benefícios não apenas para o Porto de Santos, mas também para a logística brasileira como um todo. Ele enfatizou que a malha ferroviária surge como uma alternativa eficaz ao saturado modal rodoviário.

Alinhamento e Contrapartidas

Pomini também realçou que tanto a APS quanto a Fips estão alinhadas quanto à importância das obras. Entre as contrapartidas, destaca-se a construção de um segundo viaduto no Bairro Alemoa, inicialmente orçado em R$ 200 milhões e agora avaliado em cerca de R$ 400 milhões.

Manutenção de Empregos e Perspectivas Futuras

Claudiomiro Machado, presidente do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários do Porto de Santos, expressou otimismo quanto à manutenção de empregos e à abertura de novas vagas. Ele ressaltou que o sindicato vê com bons olhos os investimentos planejados para a ferrovia, que devem gerar mais oportunidades de trabalho e qualificação profissional.

Evoé!

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José Manoel Ferreira Gonçalves

Outubro de 2023