Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Currículo: https://bit.ly/3U8Ltol

França e Nova Iorque: Rumo à Sustentabilidade

Recentemente, dois exemplos de grandes centros urbanos capturaram as atenções no debate global sobre gestão de resíduos: a França e a cidade de Nova Iorque. Ambos fizeram movimentos significativos rumo à sustentabilidade ao anunciarem medidas para a implementação da compostagem obrigatória. No caso francês, a compostagem de resíduos orgânicos tornar-se-á uma prática mandatória em todo o território a partir de 2024, abrangendo residências particulares, restaurantes e estabelecimentos comerciais. Já a metrópole nova-iorquina planeja adotar a compostagem obrigatória até o outono de 2024, uma decisão que afetará milhões de residentes e certamente transformará a paisagem urbana, a redução do lixo e a recuperação de nutrientes.

Iniciativas Verdes: Exemplos a Seguir

Esses não são exemplos isolados, mas sim a ponta de lança de uma tendência global. A compostagem, prática milenar de reciclar matéria orgânica para a produção de um adubo rico em nutrientes, está sendo repensada como ferramenta fundamental para o manejo sustentável de resíduos. A medida não apenas diminui a dependência de aterros sanitários e incineradores, mas também combate as emissões de gases de efeito estufa e promove a agricultura sustentável.

O Contraste Com o Brasil

No Brasil, país com imenso potencial agrícola e de reciclagem de resíduos orgânicos, a ausência de políticas semelhantes é marcante. Em vez de se voltar para soluções como a compostagem, enfrentamos debates sobre a implementação de incineradores, temidos por aquecer o planeta e por sua capacidade de emitir poluentes e substâncias cancerígenas. Por que uma solução tão benéfica ambiental e socialmente ainda não é cogitada no Brasil como método padrão para o tratamento do lixo?

Barreiras à Compostagem no Brasil

A resistência à compostagem no Brasil pode ser atribuída a uma série de fatores, mas o desinteresse de uns políticos e, principalmente, o interesse de outros têm obstaculizado isso. A infraestrutura e o investimento inicial necessário para estabelecer sistemas de coleta seletiva eficazes e centros de compostagem são ínfimos. Contudo, vamos dar o direito da dúvida e atribuir ao desconhecimento generalizado, tanto no setor público quanto no privado, sobre os inúmeros benefícios da compostagem, incluindo a potencial geração de empregos e o fomento da economia circular.

As Consequências de Escolhas Ultrapassadas

Persistir na escolha por tecnologias obsoletas e prejudiciais, como os incineradores, não só vai contra a tendência global de sustentabilidade, mas também coloca em risco a saúde pública e degrada ainda mais o ambiente. O Brasil enfrenta problemas crônicos de destinação inadequada do lixo, com muitos municípios ainda dependendo de lixões e aterros sanitários que estão próximos da saturação. Ignorar a compostagem como uma opção viável contribui para o agravamento dessa crise ambiental.

Por Uma Política de Resíduos Mais Verde

A compostagem deveria ser vista não como uma alternativa, mas como uma parte essencial de qualquer política pública de gestão de resíduos. Episódios globais como os da França e de Nova Iorque demonstram não apenas a viabilidade, mas a imperativa necessidade de se adotar práticas mais sustentáveis. Cabe perguntar: o Brasil e, particularmente, a Baixada Santista estação dispostos a seguir o exemplo de nações que estão avançando rumo a um futuro mais verde, ou ficaremos paralisados pelo peso das escolhas do passado, e pelos interesses inconfessáveis?

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Fontes de dados utilizadas: Este artigo se baseou na análise de iniciativas sobre compostagem obrigatória adotadas pela França e pela cidade de Nova Iorque, utilizando as publicações do CicloVivo e do Time Out New York para detalhar as medidas. Informações adicionais sobre o contexto brasileiro foram buscadas em fontes confiáveis para complementar o entendimento sobre o manejo de resíduos no país.

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Metadescrição:
França e Nova Iorque tomam a frente na sustentabilidade adotando compostagem obrigatória, um caminho ainda tímido no Brasil, onde incineradores poluentes são discutidos.

Frase foco:
Compostagem obrigatória versus incineradores