Incinerar resíduos tornou-se uma questão polêmica e preocupante, especialmente na Baixada Santista, onde a CETESB surpreendentemente concedeu uma licença para instalar um incinerador. Este ato gerou espanto na comunidade ambientalista, levantando debates e críticas acaloradas. Afinal, em um contexto em que a sustentabilidade é imperativa, práticas como a incineração vão na contramão dos esforços ambientais.

A Falsa Promessa da Incineração

Em primeiro lugar, é importante destacar que a incineração de resíduos, sob o nome glamuroso de Unidade de Recuperação Energética (URE), é uma prática de “lavagem verde”. A realidade, no entanto, é bem diferente: trata-se de uma energia cara e altamente poluente. Por exemplo, a incineração de plásticos gera toxinas cancerígenas, afetando gravemente a atmosfera. Além disso, itens reutilizáveis e recicláveis, como latas e papel, são desnecessariamente destruídos nesse processo. Incinerar, nem pensar!

Impacto Social e Racial da Incineração

Não só a incineração é ambientalmente danosa, mas também tem implicações sociais profundas. Ela prejudica cooperativas de catadores, desincentivando práticas de separação e reciclagem. Interessante notar, a localização desses incineradores geralmente é em áreas periféricas, de baixa renda, uma clara manifestação de racismo ambiental e injustiça climática. Incinerar, nem pensar!

A Obsolescência da Incineração no Cenário Mundial

Importante perceber que, desde 2021, a União Europeia retirou a incineração de sua lista de práticas sustentáveis. Isso demonstra um reconhecimento crescente de sua ineficácia e danos. Por outro lado, com a diminuição da geração de resíduos, a prática tornou-se um fardo financeiro para muitos municípios europeus, que agora tentam vender essa tecnologia obsoleta para regiões como a metropolitana de São Paulo.

A Contradição dos Contratos de Incineração

Além disso, é paradoxal que negócios se sustentem com a geração de resíduos, algo que deveria, na verdade, ser reduzido ao longo do tempo. Empresários do setor de gestão de resíduos, por meio de contratos de longo prazo, como as PPPs de 30 anos, incentivam uma política contraproducente. Ou seja, ao invés de reduzir os resíduos, estes contratos acabam promovendo a sua geração. Isto não só é economicamente insustentável, como também eticamente questionável.

Alternativas Sustentáveis: Reduzir, Reutilizar e Reciclar

Diante desse panorama, é fundamental abraçar alternativas ambientalmente responsáveis. A Política Nacional de Resíduos Sólidos já estabelece diretrizes claras: reduzir, reutilizar e reciclar. Estas práticas são essenciais para um futuro sustentável e devem ser priorizadas em detrimento da incineração. Neste caso, toda a comunidade deve se unir em um esforço coletivo para evitar a perpetuação de danos ambientais e sociais.

Incinerar, Nem Pensar: Um Chamado à Ação

A situação atual exige uma reflexão profunda e ações concretas. Não podemos permitir que práticas obsoletas e prejudiciais, como a incineração de resíduos, continuem sendo adotadas. Portanto, é hora de levantar a voz, conscientizar e mobilizar a sociedade para opções mais sustentáveis e responsáveis. Incinerar, nem pensar!

Concluindo

A incineração de resíduos representa uma ameaça real ao meio ambiente, à saúde pública e à justiça social. As consequências dessa prática são vastas e prejudiciais, tornando imperativo que busquemos alternativas mais sustentáveis e respeitosas ao nosso planeta e à sociedade. Afinal, o futuro que queremos construir depende das escolhas que fazemos hoje.

José Manoel Ferreira Gonçalves
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Este artigo foi baseado em uma entrevista no programa Trilha Sustentável e em informações fornecidas pela CETESB e pelo Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC.

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Artigo abordando os perigos e as implicações da incineração de resíduos, destacando alternativas sustentáveis e a importância de práticas ambientalmente responsáveis.

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Frase de Foco:
Incinerar, nem pensar