Iniciativa no Espírito Santo
Contexto e Origem
Em Cachoeiro de Itapemirim, localizado no Sul do Espírito Santo, um grupo de voluntários, denominado “Amigos da Ferrovia”, foi formado para manter e conservar partes da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que atravessam a cidade. A iniciativa nasceu da observação da degradação dessas vias, e busca, além da conservação, fomentar o turismo local.
Liderança e Atuação
- Líder: Raphael Pinheiro Santuchi
- Foco: Manutenção de nove quilômetros da linha férrea entre os distritos de Cobiça e Soturno.
Santuchi e seu grupo investem tempo e, em alguns casos, recursos financeiros para a manutenção da via. Os voluntários têm como meta manter esse trecho da linha livre de obstruções, usando até um carrinho próprio para movimentar-se nos trilhos e outras ferramentas para a limpeza.
Objetivos e Impactos
- Promoção de Turismo: A iniciativa visa tornar o trecho um atrativo para caminhadas e trilhas.
- Desenvolvimento Local: Segundo os voluntários, a ferrovia tem potencial para fomentar tanto o turismo como o transporte de carga na região.
Desafios e Oposição
A VLI, concessionária que administra a FCA, declarou que a ferrovia no Espírito Santo não é economicamente viável e não tem intenções de retomar as operações. Contudo, para Santuchi e seu grupo, a via férrea é apenas “desativada” e não “abandonada”, mantendo a esperança de sua reativação.
Apoio Institucional
Prefeituras de municípios como Vargem Alta e Domingos Martins também estão empenhadas em manter trechos da ferrovia, e planejam iniciativas turísticas caso recebam autorização para administrar essas partes da via.
Viabilidade Futura e Novas Rotas
Pedro Bragança, coordenador do Conselho Estadual de Ferrovias, vê potencial na retomada da FCA e sugere trechos para rotas turísticas, como de Atilio Vivacqua a Mimoso do Sul. Além disso, Bragança acredita que o transporte ferroviário tem o potencial de substituir o transporte rodoviário, o que contribuiria para a segurança viária.
Esse panorama apresenta uma visão complexa que engloba voluntarismo, potencial turístico e desafios econômicos. A história serve como um microcosmo da tensão entre preservação cultural e realidades econômicas, ressaltando a importância das ações locais em face de interesses mais amplos.
Veja a matéria completa em: https://www.agazeta.com.br/es/economia/os-amigos-da-ferrovia-que-tentam-salvar-estrada-de-ferro-no-es-0923
Ao nosso ver, esta louvável iniciativa expõe a realidade do desinteresse público em resolver as questões estruturais, que beneficiam a todos, pelo fato de que não geram votos na mesma proporção. Algo que precisa ser enfrentado com coragem e inteligência dos verdadeiros patriotas, sejam progressistas ou conservadores.
José Manoel Ferreira Gonçalves
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